Gente que Faz

De gari a empreendedora

Cleide Campos percebeu que precisava se reinventar, se quisesse ter uma vida melhor. Trabalhou como gari e depois resolveu fazer uma faculdade. Hoje é formada em letras e tem seu próprio negócio, um ateliê de unhas. 
 
Sua infância não foi nada fácil. Mas o amor e afeto não faltavam na família. É natural do sertão pernambucano, da cidade de Arcoverde. Seu avô, já falecido, improvisava brinquedos para ela brincar. Era uma criança com desejos normais, mas que não tinha condições de comer o que quisesse, por questões financeiras.
 
Ia para a roça com os pais adotivos e agricultores. Gostava de brincar no meio do feijão e milho.  Frequentava a escola também, que era perto de casa. Com 2 anos de idade, foi abandonada pela mãe biológica. Aos 12 anos começou a vender picolé, para poder comprar material escolar.  Chegou a trabalhar em casa de família, por pouco tempo. O irmão preferiu que ela se dedicasse aos estudos. Aos 16 anos arrumou um trabalho na escola. Ajudava a professora com as crianças de 3 anos. E por causa disso se apaixonou pela educação e resolveu fazer magistério. 
Abandonou a escola para viver um casamento. E acabou tendo que  trabalhar como sacoleira, para ter sua própria independência. Porém o casamento não deu certo e acabou voltando para a casa dos pais. E as dificuldades financeiras continuaram.  Depois acabou arrumando um trabalho na área de limpeza urbana, da Prefeitura. Foi na mesma época em que passou no vestibular  para cursar letras, numa faculdade particular. 
 
Com o trabalho de gari pagou a faculdade e ajudou seus pais também. Depois se tornou professora. Por causa da pandemia, perdeu o emprego. Como o segmento de unhas era um hobby, resolveu virar uma empreendedora na área. E também Educadora Master, com a intenção de ajudar outras mulheres a buscarem sua própria independência. 
Em 2021 recebeu o prêmio de destaque de sucesso em plena pandemia.
 
“O segredo para vencer é deixar o medo de lado, pois o medo nos paralisa. Muitas mulheres não conhecem a força que têm porque levam em consideração medos e se preocupam com o que a sociedade vai pensar. No entanto, nós podemos tudo. Basta vencer os limites, ter fé e sabedoria. Minha história de vida é a prova de que nada é impossível."
 
Na íntegra: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/10/19/sou-formada-em-letras-mas-ja-fui-gari-e-hoje-tenho-meu-proprio-negocio.htm

De gari a empreendedora
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